segunda-feira, 7 de junho de 2010

Publicidade também persuade

Olá pessoal,

Você já dever ter ouvido falar de persuasão, não é mesmo? Vamos relembrar o significado desse termo?
Persuasão vem do verbo persuadir: levar a crer ou a acreditar. Ou seja, é o ato de você tentar convencer o outro a acreditar em você, utilizando argumentos verdadeiros ou falsos.

A propaganda, como já deve ter percebido, tem por objetivo justamente o que foi exposto na definição acima: tentar convencer o público de alguma coisa.Ela tem o aspecto de influenciar opiniões ou atitudes.Portanto a mensagem da propaganda necessita ter força de persuasão.

Por isso, sempre quando vir ou ouvir um anúncio, lembre-se que os publicitários estão usando a linguagem persuasiva para conquistar você, seja através de palavras, de cores, de imagens, etc. E, principalmente, fazê-lo comprar mais e mais!

A fabricação de uma propaganda exige saber:

- O PRODUTO: sua utilidade, suas características, qualidades e vantagens.

- O PÚBLICO : seja ele jovens, adultos ou crianças, para saber qual o tipo de linguagem que deverá ser utililizada.

- OBJETIVO : vender sempre é a principal meta. Contudo, o intuito é apresentar algo novo, causar impacto, despertar a curiosidade, aumentar a venda ou audiência, etc.

- ESTILO: cores, tamanhos, tipos de objetos, tipo de letra, plano de fundo, etc.

Vamos analisar algumas propagandas:

Ambas propagandas da SINAF, uma empresa de Assistência Funeral, que sempre utiliza como meio de persuasão o humor.



A primeira propaganda da UFLA – Universidade Federal de Lavras, utiliza a frase “somando oportunidades”, afim de mostrar ao leitor os novos cursos oferecidos pela universidade e ao mesmo tempo dando a idéia de duplo sentido, de que se você também fizer parte dessa universidade você está somando conhecimento.O uso de um quebra-cabeças no plano de fundo, mostra que com a UFLA você se completa, com a UFLA você estará preparado para o mercado de trabalho.



E por fim, o comercial que muitos já dever ter visto, da marca de esponjas de aço BomBril.Esse é um exemplo de propaganda agressiva, pois ela denigre mesmo que indiretamente outra marca/produto.O meio de persuasão utilizado é mostrando ao consumidor que o produto não agride o meio ambiente.

Enfim, o objetivo de toda publicidade é o de persuadir. Não é possível que se venda alguma idéia ou produto sem antes convencer o público-alvo de que isso deve ser feito - mostrando a ele o porquê daquele produto ou idéia serem tão bons ou tão eficientes a ponto de merecerem ser adquiridos pelo consumidor.

Collor X Lula (e a influência da Rede Globo)

Olá quase sério (a),

Vamos viajar pelo tempo e voltar ao ano de 1989. Nesse ano os brasileiros foram às urnas para escolher o novo presidente da República. Era a primeira eleição presidencial pelo voto direto, depois de 29 anos de ditadura.



Antes do primeiro turno das eleições, a TV Globo realizou, no programa Palanque eletrônico, entrevistas com os dez principais candidatos à presidência. O programa tinha uma hora de duração e era gerado, ao vivo, do estúdio de São Paulo. O primeiro entrevistado foi Ulysses Guimarães, seguido por Afif Domingos, Roberto Freire, Ronaldo Caiado, Paulo Maluf, Aureliano Chaves, Luiz Inácio Lula da Silva, Leonel Brizola, Fernando Collor e Mário Covas.



No primeiro turno,Fernando Collor (PRN) saiu vitorioso, com 20,6 milhões de votos ( 28%).Luiz Inácio Lula da Silva(PT) conseguiu 11,6 milhões de votos (16,08%), conquistando a outra vaga do segundo turno numa disputa apertada com Leonel Brizola (PDT), que obteve 11,1 milhões de votos.


Entre o primeiro e o segundo turno da eleição, houve dois debates entre os candidatos Collor e Lula. O primeiro foi realizado na TV Manchete, no Rio de Janeiro, em 3 de dezembro. O segundo, no dia 14, foi nos estúdios da TV Bandeirantes, em São Paulo. Os dois debates foram transmitidos na íntegra das 21h30 às 24h, pelas quatro principais emissoras de televisão do país: Globo, Bandeirantes, Manchete e SBT.








No dia seguinte a Rede Globo apresentou duas matérias com edições do último debate: uma no Jornal Hoje e outra no Jornal Nacional. As duas foram questionadas. Mas foi a segunda que provocou grande polêmica, pois a Globo foi acusada de ter favorecido Collor tanto na seleção dos momentos como no tempo dado a cada candidato, já que Fernando Collor teve um minuto e meio a mais do que o adversário. Assista no fim do post um trecho do debate editado pelo Jornal Nacional.


O PT chegou a mover uma ação contra a emissora no Tribunal Superior Eleitoral. O partido queria que novos trechos do debate fossem apresentados no Jornal Nacional antes das eleições, como direito de resposta, mas o recurso foi negado. Em frente à sede da Rede Globo, no Rio de Janeiro, atores da própria emissora, junto com outros artistas e intelectuais, protestaram contra a edição.

No entanto, a própria liderança do PT, reconheceu que Lula não se saíra bem no confronto com Collor. Seis anos depois, em entrevista à revistaImprensa, José Genoino afirmou que o desempenho de Lula tinha sido, realmente, ruim (Imprensa, 06/1995).

Os responsáveis pela edição do Jornal Nacional afirmaram que usaram o mesmo critério de edição de uma partida de futebol, na qual são selecionados os melhores momentos de cada time. Segundo eles, o objetivo era que ficasse claro que Collor tinha sido o vencedor do debate, pois Lula realmente havia se saído mal.



O episódio provocou um inequívoco dano à imagem da TV Globo. Por isso, hoje, a emissora adota como norma não editar debates políticos; eles devem ser vistos na íntegra e ao vivo. Quem venceu a eleição de 1989 afinal? Collor assumiu a presidência em 1990, com o patrocínio da Globo já que esta favoreceu o candidato. Lula também teve sua vitória em 2003 e está governando o Brasil até a presente data. Não temos ódio da Globo e nem defendemos políticos,só queremos debater a persuasão.







quinta-feira, 27 de maio de 2010

E... BLÁ, BLÁ, BLÁ, BLÁ!



A todo o momento estamos sujeitos às coisas que não só a mídia, mas a sociedade nos impõe. Mas, seria justo julgar a sociedade por seu método de nos fazer "engolir" as informações? É certo que a sociedade usa de covardia muitas vezes para fazer com que seus ideais penetrem em nossas mentes, no entanto é condição inata do ser racional que somos tentar convencer os outros através de nossa linguagem (seja por palavras, ou imagens). Por mais inocente que talvez um comentário seja, nele sempre estará contido um tom persuasivo.


“Vote!” Ano de eleição e é necessário pensar muito antes do voto. Os políticos usam da retórica para impressionar os eleitores; e sem precisar de muito mais que isso, ganham a confiança das pessoas e seus votos. A maioria dos brasileiros vota as escuras, sem analisar as propostas dos candidatos e sem conhecê-los a fundo. O voto de cabresto ainda persiste na história do Brasil, apenas disfarçado; os eleitores se esquecem que a conta a pagar no futuro será cara.



Mas, a situação ainda pode ser contornada, basta tomarmos em mãos e aceitarmos o nosso direito de votar. Todos os brasileiros devem pesquisar sobre seus candidatos e decidir de maneira consciente em quem votar, não deixe apenas a propaganda te influenciar, treine sua capacidade de perceber um discurso persuasivo, identifique-o e tente ver se o que o candidato afirma é realmente verdade ou apenas um "esquema" para ganhar seu voto, afinal, persuadir não é apenas enganar, é organizar um discurso que possua uma lógica que se sustente por si só e adquira verossimilhança, não necessariamente verdade, portanto pesquise, escolha bem e vote consciente!



segunda-feira, 24 de maio de 2010

Interrompemos a nossa programação!

Olá quase sério (a),

“Interrompemos nossa programação para exibição da propaganda político partidária...”

Você já ouviu essa frase?Acredito que ela foi ouvida bem na hora da sua novela das nove.

Sem problemas! Precisamos conhecer nossos candidatos antes de votarmos, não é mesmo? Por isso existem as propagandas eleitorais para que nós eleitores possamos conhecer mais sobre os candidatos e suas propostas de governo.

Quer algo mais persuasivo???

Segundo o dicionário Informal: Persuasivo - é alguém que usa de estratégia com o intuito de conseguir que outro adote alguma teoria ou crença.

Claro que a persuasão está presente em muitas outras situações, como por exemplo, na publicidade, onde pode ser facilmente percebida ou estará subentendida, mas este assunto será tratado em um post especial.

O discurso da propaganda eleitoral é produzido pelos próprios candidatos (ou não) e acredite, existem livros que ensinam como construir um discurso destes e custa menos do que você imagina!

Porém nem sempre, o que os políticos dizem em suas campanhas acontecerão quando estes forem eleitos. E ainda pior, alguns candidatos não conseguem convencer seus eleitores,mas provocam um humor incrível!

Vejamos abaixo um modelo de discurso político:

É tempo de democracia! Conquistada pela metade e sempre adiada. E, isto, meus amigos, tem tornado a politica e a Constituição um enorme caos. Praticada, essencialmente, por aqueles que não se comprometem com os altos ideais, e, quase sempre, encontram-se unidos pela corrupção. Impedem o desenvolvimento social e cientifico deste País e tornam impossível a evolução social. Esta realidade tem de mudar!

E ela pode mudar se houver comprometimento com a honestidade e a justiça. Agindo, uns para com os outros, dentro da fraternidade e da justiça. O ( nome do partido) vem até esta(e) (nome do local) para apresentar sua proposta. Proposta de honestidade com o erário público e progresso. Ancorada no desenvolvimento dos setores sociais e economicos. Na preservação não só da natureza mas do espaço urbano. Estou convicto de que só a educação pode alterar esta realidade de injustiças sociais e corrupção.

Que cada cidadão contribua para a melhora de seu espaço. Preservando, trabalhando e alimentando-se com dignidade. É importante demais que esta batalha pela educação e civilidade seja a luta de todos nós.Esta luta é de todo nós! Povo do Maranhão! Meus amados correligionários!Deixo que minha historia pessoal e dignidade falem de meus exemplos. E é justamente neste momento em que mais nosso País necessita de exemplos, que apresento minhas credenciais para presidir o Senado!Zelando pelo povo. Com a certeza de que dias melhores virão! Viva o povo brasileiro!”

Autor: Marcel Pinie

Peça seu discurso: pi_nie@hotmail.com


Adaptado. Fonte: http://pt.shvoong.com/law-and-politics/politics/1914971-modelo-discurso-politico-manual-cara/

Um belo discurso não é mesmo? Se estiver interessado em fazer um para sua namorada ou talvez para sua mãe de aniversário, entre em contato com o Marcel, porque elaborar discursos é com ele mesmo!Será que ele poderia governar também?


Enfim, os candidatos aos mais diversos cargos políticos dependem dessa persuasão. No caso de um político novato, por exemplo, ele não tem registros de projetos ou grandes feitos, logo "temos que acreditar" no seu discurso. Já aqueles que já estão no poder, basta analisar seu desempenho político e concluir se vale à pena ou não, mante-lo no poder.

Isso não significa que persuadir é enganar.

Procure conhecer melhor seu representante.
Melhor que ser persuadido é ter opinião própria! :)


terça-feira, 18 de maio de 2010

Os 45 anos da Rede Globo






Antes de começar esse post, nós do “Quase Sério”, queremos deixar bem claro: não estamos aqui para fazer propaganda política ou apresentar argumentos tendenciosos. Queremos apenas instigar um espírito crítico nos leitores desse blog em um ano de eleições.

Muitos já devem estar acompanhando a polêmica que cerca o aniversário de 45 anos da Rede Globo. Para quem não acompanha, saiba que nesse ano, 2010, a rede televisiva mais assistida do país está completando 45 anos, parabéns para ela! Entretanto, um grande problema se apresenta por uma pequena coincidência: esse ano é um ano eleitoral e um dos candidatos ao cargo de presidente da república, José Serra, tem como número do partido o famoso “45” do PSDB.

Muitos diriam, “não passa de uma coincidência” outros já disseram que “isso é uma armação publicitária para colocar o numero 45 subliminarmente na cabeça dos eleitores”. Não sabemos. Mas o que sabemos é que a primeira versão da campanha dos 45 anos da Rede Globo foi retirada do ar, e uma nova já foi criada e está no ar (pelo menos até o momento em que esse post está sendo escrito).

No momento não nos diz respeito se a atitude de vetar tal campanha é a mais correta, como os leitores do blog já sabem, gostaríamos de enfatizar os processos persuasivos presentes nas propagandas políticas, mas vamos agradecer a Rede Globo que nos presenteou com um material muito mais interessante e polêmico. Gostaríamos de convidar aos leitores a assistirem às duas campanhas, prestando atenção na linguagem utilizada em ambas e no emprego de expressões como “queremos mais” na primeira campanha e na ausência das mesmas na segunda.

Notem como a primeira campanha convida os espectadores para “querer sempre mais” e se apóia em termos como “a sua escolha” para chamar o público para junto da comemoração dos 45 anos. Devemos concordar que uma vez cientes da possibilidade do uso dessa propaganda para uma mensagem política, é impossível não se sentir incomodado com tais termos. Mesmo que essa não seja a intenção da emissora, a associação da idade “45 anos” com um espírito de melhora e renovação pode influir de maneira subjetiva na escolha do candidato por alguns eleitores. Além do mais, mesmo que tudo isso seja apenas “impressão”, essa simples possibilidade faz com que toda a equipe de propaganda do PT ou de outros partidos ache uma desculpa para provocar a emissora e arranjar uma polemica para atacar o PSDB, fazer o que? É a concorrência, sempre será assim.

Agora todos iremos concordar como a segunda campanha foi muito feliz em seu aspecto persuasivo. Além de não utilizar expressões como “mais educação, mais saúde”, que podem claramente tomar uma conotação política, ela deixa bem claro que todo o trabalho da emissora tem como objetivo espalhar a informação, a arte e a cultura. O simples uso de crianças e jovens para as falas da propaganda já realiza um apelo mais emocional no espectador, que se esquece dos aspectos racionais da organização política para fazer parte de uma geração que acredita nos sentimentos de esperança e harmonia.

Como já dito, não estamos aqui para dar um veredicto, mas convidamos a todos para pensar sobre o assunto e notar como apenas a melhor escolha de palavras e de um melhor tema para uma propaganda pode evitar uma tensa discussão sobre política e propaganda em um ano tão importante para a sociedade brasileira quanto esse ano de eleições. Ah! E de Copa do Mundo também, já até tínhamos nos esquecido.