terça-feira, 18 de maio de 2010

Os 45 anos da Rede Globo






Antes de começar esse post, nós do “Quase Sério”, queremos deixar bem claro: não estamos aqui para fazer propaganda política ou apresentar argumentos tendenciosos. Queremos apenas instigar um espírito crítico nos leitores desse blog em um ano de eleições.

Muitos já devem estar acompanhando a polêmica que cerca o aniversário de 45 anos da Rede Globo. Para quem não acompanha, saiba que nesse ano, 2010, a rede televisiva mais assistida do país está completando 45 anos, parabéns para ela! Entretanto, um grande problema se apresenta por uma pequena coincidência: esse ano é um ano eleitoral e um dos candidatos ao cargo de presidente da república, José Serra, tem como número do partido o famoso “45” do PSDB.

Muitos diriam, “não passa de uma coincidência” outros já disseram que “isso é uma armação publicitária para colocar o numero 45 subliminarmente na cabeça dos eleitores”. Não sabemos. Mas o que sabemos é que a primeira versão da campanha dos 45 anos da Rede Globo foi retirada do ar, e uma nova já foi criada e está no ar (pelo menos até o momento em que esse post está sendo escrito).

No momento não nos diz respeito se a atitude de vetar tal campanha é a mais correta, como os leitores do blog já sabem, gostaríamos de enfatizar os processos persuasivos presentes nas propagandas políticas, mas vamos agradecer a Rede Globo que nos presenteou com um material muito mais interessante e polêmico. Gostaríamos de convidar aos leitores a assistirem às duas campanhas, prestando atenção na linguagem utilizada em ambas e no emprego de expressões como “queremos mais” na primeira campanha e na ausência das mesmas na segunda.

Notem como a primeira campanha convida os espectadores para “querer sempre mais” e se apóia em termos como “a sua escolha” para chamar o público para junto da comemoração dos 45 anos. Devemos concordar que uma vez cientes da possibilidade do uso dessa propaganda para uma mensagem política, é impossível não se sentir incomodado com tais termos. Mesmo que essa não seja a intenção da emissora, a associação da idade “45 anos” com um espírito de melhora e renovação pode influir de maneira subjetiva na escolha do candidato por alguns eleitores. Além do mais, mesmo que tudo isso seja apenas “impressão”, essa simples possibilidade faz com que toda a equipe de propaganda do PT ou de outros partidos ache uma desculpa para provocar a emissora e arranjar uma polemica para atacar o PSDB, fazer o que? É a concorrência, sempre será assim.

Agora todos iremos concordar como a segunda campanha foi muito feliz em seu aspecto persuasivo. Além de não utilizar expressões como “mais educação, mais saúde”, que podem claramente tomar uma conotação política, ela deixa bem claro que todo o trabalho da emissora tem como objetivo espalhar a informação, a arte e a cultura. O simples uso de crianças e jovens para as falas da propaganda já realiza um apelo mais emocional no espectador, que se esquece dos aspectos racionais da organização política para fazer parte de uma geração que acredita nos sentimentos de esperança e harmonia.

Como já dito, não estamos aqui para dar um veredicto, mas convidamos a todos para pensar sobre o assunto e notar como apenas a melhor escolha de palavras e de um melhor tema para uma propaganda pode evitar uma tensa discussão sobre política e propaganda em um ano tão importante para a sociedade brasileira quanto esse ano de eleições. Ah! E de Copa do Mundo também, já até tínhamos nos esquecido.




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